Retratos
da Leitura no Brasil” é uma pesquisa realizada em âmbito nacional e que já teve várias edições
Trata-se de um estudo que está
contribuindo para a realização de projetos e também para o estabelecimento de
parâmetros na busca de uma melhor compreensão e soluções para os motivos que
levam os brasileiros a lerem tão pouco. Sim, pois é essa conclusão que a
pesquisa chega: nós reservamos pouquíssimo tempo para a leitura.
“A ideia é analisar indicadores
que permitam orientar programas e projetos de inclusão cultural da população
brasileira, além de identificar fatores que levem à leitura e promovam o acesso
ao livro em grande escala”, diz a apresentação da última edição da pesquisa.
Apresentamos a você alguns dados
que este interessante estudo revela:
Quando perguntados sobre os
motivos para a leitura do último livro lido ou que estão lendo, 50% dos jovens
entrevistados, todos com idade entre 14 e 17 anos, disseram ler por exigência
da escola. Já 41% dos participantes afirmaram ler por interesse ou gosto.
Com base nestes dados, podemos
observar que a faixa etária que mais lê por prazer vai até os 17. Segundo a
pesquisa, dos 11 aos 13 anos, 36% leem por interesse ou gosto e 56% para
cumprir obrigações escolares.
Quando perguntados sobre a
iniciativa no hábito de ler, percebe-se que a maioria não lê espontaneamente. A
leitura aparece fortemente motivada pelo cumprimento de dever escolar. E mais:
entre 5 a 17 anos, em média, 64% dos estudantes declararam que não leram nenhum
livro por iniciativa própria.
A pesquisa aponta que o preço do
livro e a localização das bibliotecas não são problemas, por isso fica difícil
de compreender porque os jovens não se aproximam de livros. Ao mesmo tempo,
mostra o estudo, os jovens têm acesso a cinema, aos games, jogos eletrônicos
entre outros interesses.
“Eles vivem a globalização da
leitura com o advento de séries como Crepúsculo e Harry Potter”, diz a análise
do estudo.
Valor simbólico
A maioria dos brasileiros tem
consciência da importância do livro. Segundo a pesquisa, 64% afirmaram que o
livro significa fonte de conhecimento para a vida. Apesar de afirmarem não ler.
A atuação do professor cresceu
Eles foram apontados na pesquisa
como o principal influenciador dos jovens no incentivo para ler por prazer
(45%), seguido da mãe (43%).
A família é um instrumento de
mudança de atitude
Isso não quer dizer que o livro
não deva estar presente na escola. Porém, abre precedente para um
questionamento: como ele está sendo usado na escola? Os dados mostram que o
exemplo materno e a figura do professor influenciam na formação leitora dos
jovens. Segundo o estudo, por meio deles, os indivíduos têm os primeiro contato
com o livro e é justamente nessa fase da vida que eles tomam gosto pela
leitura.
Do universo de jovens
entrevistados para a pesquisa, ao serem questionados sobre o que gostam de
fazer em seu tempo livre, 85% respondeu que assiste televisão. Escutar música
(52%) aparece em segundo lugar, seguido por ‘descansar’ (41%). Já 44% dos
jovens se reúne com amigos e familiares, enquanto 38% assiste vídeos e 34% sai
com os amigos. Apenas 28% deles responderam que gostam de ler. Ainda nesta
lista aparece navegar na internet, praticar esporte, fazer compras, passear em
parques e praças, jogar videogames, desenhar e pintar, entre outras atividades.
O que nos interessa neste espaço
é pensar com você se é possível mudar essa realidade. Ou melhor ainda:
Desejamos mudar essa realidade e por que queremos mudá-la?
Uma questão que podemos nos fazer
e que ajudará a responder as outras questões feitas acima é: para que ler nos
tempos atuais?
E essa é uma questão tão fácil de responder. Imaginamos que você, que nos
acompanha, pode arriscar a responder certeiramente!
A resposta é: porque ler é uma
ótima experiência para se ter na vida. Simples assim.
Existe espaço para tudo. As
próprias respostas à pesquisa mostram que os jovens dividem seu tempo em várias
atividades. Isso é ótimo! Quanto mais diversas elas forem, mais experiências
colecionamos e saboreamos e, portanto, mais completa fica nossa trajetória.
Ler, como a gente vem falando por
aqui, é uma experiência que exige algumas condições específicas. É necessário
concentração, silêncio e, em especial, paciência. Talvez essas três condições
sejam a melhor forma para que os jovens possam exercitar a leitura. Mas temos
ainda mais um bom motivo para melhorar o quadro de leituras no Brasil: o mundo
inteiro está retratado na literatura e, portanto, colocar-se como leitor é
estar aberto a esta experiência que abarcará tudo que a humanidade construiu de
significado.
“Por meio da educação e da
leitura, acreditamos ser possível inverter diametralmente a classificação do
Brasil em relação a outros países, que apesar de estar classificado entre as
dez maiores economias do mundo, figura entre os últimos quanto à educação e ao
desenvolvimento humano. Nenhum país constrói cidadania sem educação de
qualidade e sem leitura.”, endossa o relatório da pesquisa.
Uma historinha para encerrar esta
conversa boa. Trata-se de “Um Brinde Extraordinário”, história tradicional da
China.
Chiang era um rapaz muito
inteligente e trabalhador, que se empregara como vendedor na loja de um
comerciante, homem rico, mas terrivelmente sovina.
Um dia, Chiang organizou com
tanta rapidez e senso prático as mercadorias da loja, que o mercador não pôde
deixar de elogia-lo. E, num ímpeto, propôs um brinde:
- Vá comprar uma garrafa de vinho
para brindarmos – disse ele ao rapaz.
Chiang estranhou a repentina
generosidade do patrão, porém, logo caiu em si, quando, ao pedir o dinheiro
para comprar o vinho, ouviu como resposta:
- Dinheiro? Ora, qualquer um é
capaz de comprar vinho com dinheiro. Se vamos brindar à sua inteligência,
prove-me que você é mais inteligente do que eu e dê um jeito.
Por um momento, Chiang ficou
desconcertado, mas logo se recompôs. Saiu da loja e dali a pouco voltou
trazendo uma garrafa vazia, que arrumou numa bandeja, junto a duas taças.
- O que significa isso? – indagou
o avarento, ao ver a bandeja que o rapaz lhe oferecia. – Onde está o vinho?
- Bem- respondeu Chiang -,
mostre-me agora que o senhor é inteligente. Todo mundo é capaz de beber vinho
de uma garrafa cheia, mas beber de uma garrafa vazia, isso é que é
extraordinário!
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